Este capítulo busca empreender uma discussão sobre o diálogo e a dialogia como metodologia fundamental na pedagogia crítica de Paulo Freire e tomá-la como referência para refletir sobre sobre sistemas de educação na China, especialmente os baseados nas interpretações de Confúcio. Para isto, levanta alguns dos aspectos básicos das orientações freireanas, depois apresenta, com base numa reflexão sobre a fala e o silêncio dos estudantes em sala de aula, algumas visões teóricas sobre sistemas de educação chineses. A seguir, então, dá voz a estudantes chineses para ter acesso a uma visão êmica sobre a fala e o silêncio nos contextos de ensino. Por fim, procura desconstruir perspecitivas dicotômicas, maniqueístas e polarizadoras, aproximando Paulo Freire e Confúcio em função da ideia de que ambos consideram que o objetivo máximo da vida em sociedade é o desenvolvimento humano e que, para tal, a fala precisa de se aproximar da ação.